Baixar Mais Tocadas: ouvir Os Serranos 476158

Vou contar de uma bailanta que existiu no meu pontão / Indiada do queixo roxo que nunca froxou o garrão / Vinho curtido em barril e cachaça de borrachão / Os gaiteiros que eram buenos davam a mostra do pano 3b2d24

Nasci com o dom de tocar e cantar as belezas do pago que o Rio Grande tem / Não sou dos melhores e não sou dos piores, com a gaita na mão eu me defendo bem / Nas minhas andanças, da serra fronteira, floreio a rancheira, o chote e o vaneirão / O canto que toco e o toque que canto é a alma serrana com cheiro de chão Bis

Pego na gaita, / Canto esta melodia / Me lembrando de um baile / Que eu fui há poucos dias

Correu notícia de um gaúcho / Lá da estância do paredão / Tinha um cavalo tordilho negro / Foi mal domado ficou redomão

No meu rancho de beira de estrada / Não de come comida estrangeira / Mas se come arroz carreteiro / Churrasco e cuscuz que é comida campeira

Fundão de campo, eguada solta escramuçando na invernada / Estância grande, bagual criado a campo fora com a manada / Setenta quadras de campo aberto, eguada xucra e caborteira / Criada solta, de pêlo fino, pelos varzedos desta fronteira

Quando as almas perdidas se encontram / Machucadas pelo desprazer / Um aceno, um riso apenas / Dá vontade da gente viver

Eu sou do sul, sou do sul / É só olhar pra ver que eu sou do sul, sou do sul / A minha terra tem um céu azul, céu azul / É só olhar e ver

Ronca o bugio de Lagoa Vacaria e serra abaixo / Mas esse veio da fronteira com chapéu de barbicacho / De bombacha e alpargata e gaiteiro de oito baixo Bis / (Se te pego bugio eu te toso

Enforquilhado no basto, num gateado rédeas curtas / Vem num trancão de mazurca escondido num sombreiro / Num barbicacho caseiro, torcido igual um sovéu / E um lenço véio abanando aponta o rumo do céu